segunda-feira, 7 de julho de 2014

23 de junho

"Mas é exatamente quando a gente tá cansado que o coração distrai e então a sorte vem..."


terça-feira, 11 de março de 2014

Insuportavelmente suportável

Era bizarro e ao mesmo tempo lindo te ouvir no telefone.
Estranhamente assustador o bem que a sua voz me faz.
Como se a canseira de um dia todo se tornasse nada.
Era bizarro e ao mesmo tempo lindo a paciência que brotou em mim ao ouvir teus lamentos,
Teus dramas, tuas cenas, tuas chateações.
Eu provocava era pra te fazer rir.
E você riu.
Várias vezes.
E o mundo cantou.
Talvez você precise prestar mais atenção nisso.
Em como o mundo canta quando você sorri.
Eu me perguntava diversas vezes: "onde é que estou enfiando a minha vida?" a resposta: no seu sorriso.
Na sua insuportável suportável presença.
Na sua beleza.
Conclui: eu quero isso pra minha vida, mesmo sem saber da duração das coisas.
Sua risada gostosa, sua chatisse, seus dramas, suas cenas e chateações.
Quero te curar de tudo isso.
E se eu não tiver remédio, quero te ouvir até tudo aliviar.
Quero te chamar de amor por diversas vezes.
Quero ser o amor.
Quero você logo aqui.
Essa é minha maior urgência. Porque eu sei que o resto, a vida há de ajeitar.
O principal, nós temos.
Você tem.
Mágica.
Você pode ser de todos os jeitos. Pode não se reconhecer.. e eu vou gostar de você mesmo assim.
É bizarro e ao mesmo tempo lindo o que você provoca em mim.

O insuportável que eu de verdade, quero suportar.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Calmante

A saudade não me deixa dormir.
É pedir muito ter você aqui? Eu não sentia essas vontades há tempos.
Você apareceu e provocou tudo. Todo querer.
Conto as horas, os dias... quero você comigo.
Ser pra você, tudo o que precisa.
Te dizer repetidas vezes o tamanho da sua beleza.
Descansar meus olhos nos teus.

Você veio e me deixou assim.
Feliz.

Rosa

Eu tive o prazer de acender um cigarro e fumar na janela do quarto, que dá vista pra uma avenida movimentada. Tive o prazer de chorar ali depois de tantas palavras duras e pesadas feito pedras.
Me permiti desaguar, limpar a alma pra aí então ter o que dizer ou não ter.
Resolvi ter o que dizer, mesmo ponderando minimamente os benefícios do meu silêncio. Não sou uma pessoa silênciosa e você sabe bem disso.
Se calo, algo de mal existe ali.
O que tenho pra dizer é bem simples e direto.
É bem mais fácil pra mim encarar o que aconteceu como "podagem" do nosso jardim. Se for pra ele continuar a florescer, que seja. Que sejam bem vindas as pedras. Vou usá-las como enfeite no jardim e que me tragam boas lembranças.
Me lembrei da rosa do pequeno príncipe.
Ele fugiu de seu planeta por estar chateado com ela e precisou conhecer outros pra enfim concluir que a sua - apesar dos pesares - era única no mundo pra ele.
Eu no entanto não quero fugir pra concluir o que eu sei. Apesar dos pesares. É o coração que insiste. A vida nos faz desistir.
"É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou"

Enfim.
Deixo esse trecho do livro e peço que leia.

http://www.cirac.org/Principe/Ch21-pt.htm

A dor passou, a terra tá molhada outra vez e podemos semear.
Você é única no mundo.



quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Às vésperas de um show que eu ouço e vejo todos os dias.

 Demorei pra sintetizar todas as sensações (como se isso fosse possível) por querer ter o poder de falar de todas elas. Aviso que falharei. Que uma ou outra escaparão da minha análise. Não por falta de atenção, mas por serem inomináveis. Conhecidas apenas por quem ousa senti-las. E daí por diante nomeá-las da forma como quiserem pra que o outro possa tentar saber como é a experiência antes de vivencia-la

É fácil escutar um CD.
Você compra porque gosta, porque alguém te indicou, porque viu na TV ou por qualquer outro motivo, coloca-o no rádio, no computador ou em qualquer outro player e escuta. Da sua forma. A música embala a atividade que você faz ao mesmo tempo. As músicas acabam, você guarda o CD feliz com a aquisição.
É difícil ouvir um CD.
Você espera há meses por seu lançamento, porque gosta. Porque quer ouvir o que é que dessa vez o cantor vai falar, vai cantar. Que som novo é esse que os instrumentos vão tocar. Era mais ou menos essa a espera.
Saí da aula na noite do tal lançamento do CD pela internet. Pedi desculpas aos amigos pois naquela sexta-feira eu não os acompanharia. Fui correndo pra casa, pro meu quarto e ajeitei tudo como se preparasse o espaço pra um ritual, um acontecimento. Abri o notbook, entrei no site que automaticamente começou a reproduzir uma nova canção e fiquei por ali, deitada, com os olhos voltados pra tela. Me desculpem a minuciosidade dos detalhes, mas eles são extremamente necessários pra que a narrativa seja ao menos, sensorial.
Durante o som novo, imagens. Uma invadindo a outra. O universo, o mar, a lua as folhas, o coqueiro, os rostos... Um universo paralelo se abrindo ali, à duas palmas do meu rosto, refletindo em mim.
Tudo me agradando imensamente. Não porque eu sou fã. Não qualifico o som que ouço pelo grau de admiração do artista, mas sim pelas sensações que ela me traz. O frio na barriga a cada faixa que tocava, as borboletas que voavam em mim. As letras, os acordes, os arranjos, as vozes ... O "jeito de tocar o coração" que o artista encontra, faz com que todos esses detalhes sejam pontes pra admira-lo.
O chão que de fato desmorona nos "us" de "Alento" e a sensação da queda livre enquanto você dança, a singeleza de "De Graça" que, depois de ouvida, permeia todos os dias, pedindo pra desfrutar a graça de viver, as imagens que "Temporal" trazem à mente, como se de fato estivesse vendo o temporal, as bruxas, a lua, o mar... A voz da Laura acompanhada de um crescente musical que sussurra "acorda" em meus ouvidos depois de um tempo dizendo "Tudo bem, Tanto Faz", a coragem que "Nada a Ver" inspira quando falta a coragem de dizer que a entrega também é felicidade. "A Vida é Bélica", minha mais nova relação de amor, o alguém que tenta nos falar, que está além de mim, de nós e que nos ouve, provando que não falamos sozinhos, que não estamos sozinhos... que o silêncio é revelador. Não há quem saia ileso do amor depois de ouvir "O Melhor da Vida", música de fechar os olhos e dançar de rosto colado com alguém, de dois pra lá, dois pra cá, voltinhas e sorrisos... "Um de Nós" e "Pra Gente se Desprender" são tiros na alma... O recomeço depois da ferida, curadas pelas melodias, pelos instrumentos, pela orquestra de variedades, pela voz aguda, crescente e infinita... É melancolia, mas não o tempo todo. É tristeza necessária pra nascer poesia. É poesia quando Deus invoca de tirá-la de mim, são as asas do beija flor batendo, bem lentas no teto branco do meu quarto, que se tornou geleira, que virou mar, universo, e me desprendeu dali...E que me levou pra outro lugar. Que levou o beija-flor pra descansar aos acordes de "Feito Pra Acabar", o novo que vinha ao meu encontro em uma melodia sobreposta. Imersão. Quebra brusca na viagem e nas lágrimas quando ouço 'para de chorar' em "Julieta", o sorriso manhoso que a mente cria, aquele, entre os lençóis, de "manhã - ãhã - nhã- ãhã" em "Sorriso Madeira", a sutileza infantil, inocente, sincera em "Só Eu Sou Eu" que cria o desejo de estar naquele coro que relembra que cada um é um ser de luz e a lisergia em "9 Luas", todo o conjunto de letra e melodia que proporciona um passeio, lento por todas elas, como se flutuasse, e uma confissão que vira desejo, missão, no fim da viagem: "dividir..."
A música termina e os pulmões pedem ar como que voltassem a superfície depois de um mergulho profundo. O estado corporal depois desse acontecimento, me perdoem, é inominável. Eu fiquei olhando pra parede branca por minutos. De fato tinha voltado de um outro universo. A alma saiu pra passear e estava de novo em mim.
Foi uma experiência porosa que deixou os poros abertos por dias! Que alimentou minha sensibilidade e mostrou que a transcendência nunca nos foge, nós é que ficamos indispostos à ela. De fato, um tempo pairou no outro, instrumentais que transformavam sentimentos universais em meus e vice-versa. Nada como um humano pra entender o humano, pra falar do humano, pra cantar do humano. A música é tão poderosa quanto qualquer droga alternativa que nos amplie horizontes.
Eu ficaria horas tentando tecer sensações mesmo sem estar imbuída de conhecimentos técnicos. Porém, acredito que essas são suficientes. Tempo existirá para que muitas outras surjam e sejam compartilhadas. Elas já estão indo e vindo por aí nas ondas sonoras.
Música da alma. Daquelas que impregna depois que ouve e não vai embora depois do banho, depois da noite, depois das estações. Ela fica.
Hoje, ás vésperas de um show que eu não vou, concluo de uma vez e por todas que não é Deus quem nos tira a poesia, discordando de Adélia Prado, nós é que ás vezes deixamos de enxergá-la. Tua música tem o poder de trazer poesia para os dias de cegueira. Teu CD tem a capacidade de nos presentear com um show de imagens e sensações que eu posso ouvir e ver todos os dias em qualquer lugar. E eu não exagero. Basta conversar ou ler coisas de alguém que já ouviu pra saber que não exagero.
Basta que estejamos de coração aberto. Essa é a única condição. O restante, a música faz por si.
Que a vida sempre sopre sobre nós os bons ventos, que curem a cegueira pra que possamos enxergar além do que vemos, sentir além do que sentimos. Pra que façamos e sejamos arte. Pra que essa arte te atravesse, me atravesse e atravesse tantos outros, residentes do céu no chão.

"De Graça" vem com tudo. Não se esquive.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Eu sou uma pessoa de muitos amores.

Me apaixono fácil.
Por dentro e por fora de alguém.
Os olhos me convidam e se eu mergulho, dificilmente volto a superfície ilesa.
Invento amores quando eles não me correspondem e acabo sendo feliz em minha ilusão, amando, amando...
Porém, se a situação é inversa e se o amor me sorri: pimba! O que já era vulnerável se torna entrega. Eu não penso duas vezes antes. A razão fica gritando em meus ouvidos vivências passadas, me impõe medo, mas eu não ligo, me arrisco.
Todo cuidado é pouco e minha única cautela é em não repetir erros cometidos. Erros não funcionam com ninguém.
A sintonia é total.
Eu amo inteira. De pensar quando acordo e quando durmo. De dar o meu melhor. De usar o meu melhor pra fazer o amor sorrir.

As noites seguem em insônia provocada pelo desejo que me apressa.
Vira e mexe eu me deparo com alguém que bagunça tudo.
Que venha o que vier e o que tiver de ser.
Que venha o que me faça ficar ainda mais apaixonada por várias vidas feitas em duas.