Percebi que nem todo o tempo do mundo é suficiente quando o que mais se busca é tempo. Quanto mais se tem, pouco se dura, e o pouco que temos, mal sabemos administrar.
Tempo esse que é lúdico, que é como uma droga: nos dá a sensação de alívio, mas um alívio pouco durador. Entre uma dose e outra, vários choques. Estalos da realidade, abalos que você não gostaria de viver, mas sabe que vive e já tem tempo.
Consome, consome e consome. Consome tanto que a preocupação de uma overdose de "tempo" nem te passa pela cabeça. Mas sua razão ainda está ali, intacta, dizendo e mandando pra que volte e coloque os pés no chão. Os problemas estão aí para serem resolvidos e não ignorados.
Ignorar é saída mais fácil, mas não a melhor. Sempre se ignora, mas nunca se vence. É incrívelmente estranho o quanto nós, seres humanos, ansiamos tanto em vencer nossos problemas, procuramos armas para isso, mas ainda optamos pelo ignorar. Queremos tanto o fim do nosso "sofrimento", mas ainda optamos por sofrer mais. Saber que o problema ali está e sempre estará se ignorarmos. Medo de encarar, medo de dizer adeus. Medo de seguir sua vida, feliz...
Coloquemos um tapa olhos, daqueles iguais que usam os cavalos, sabe? E olhemos somente pra um ponto fixo. Sem se importar com aquilo que nos cerca. Pois, de que adianta termos os princípios de "cuidado com o próximo" sabendo que os princípios mudam de uma pessoa pra outra?!
Me desculpe, mas eu vou retribuir na mesma moeda sim. Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Eu sei a minha, e vou me contentar bastante em cutucar a ferida daquele que reabriu a minha.
Boa tarde!
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