terça-feira, 31 de julho de 2012

Eu x Eu mesma

Eu estou com vontade de conversar, sabe?
Minha psicóloga que me perdoe, mas nossos 30 minutos juntas são pouco, pouquíssimos e do jeito que minha cabeça anda, acho melhor começar a anotar os assuntos do mês pra não perder tempo, pensando no consultório. Até porque sou libriana né! E correm boatos por aí que as librianas falam pelos cotovelos.. rs
Estou aproveitando minha ultima semana em férias. Pois é! Voltei pro conservatório, mas ainda não voltei pra faculdade. Antigamente, eu aproveitava a primeira semana de julho e caía no tédio o resto do mês, hoje em dia, parece que saí de férias ontem e voltei hoje. Acostumei com esse descanso e como foi estranho voltar pro conservatório ontem. Mas voltei. Estava com saudades do pessoal, das aulas... mas confesso, não fui surpreendida com nada e pra mim tudo está a mesma coisa. Enfim.
Acredito e quero que esse semestre seja diferente. E pra melhor... Estou precisando de novidades na minha vida. Complicado é que eu não sei como buscar essas novidades.
Desaprendi a me interessar nas pessoas sabe? E está sendo tão difícil recomeçar de novo...
Tenho preguiça das pessoas... preguiça de correr atrás delas... preguiça de correr atrás do novo.
Mas de uns tempos pra cá, tenho percebido que se eu não fizer nada, nada vai acontecer mesmo. Eu só ainda estou pensando em como e por onde começar... esse meu jeito "introvertido" me atrapalha e muito... mas acho que sou capaz de extroverter e quem sabe, mudar essa situação.
As vezes me sinto completamente sozinha.
Sem amigos pra desabafar, sem ninguém. Sem aquela pessoa que fica horas te ouvindo e falando também... sobre a vida, sobre os amores, sobre as aprendizagens... sobre tudo. E é triste, querer alguém pra conversar e não ter. Aliás, ter só nas horas de conveniência..
Desaprendi em como fazer amigos... e espero que eu ainda saiba como mante-los.

Enfim...
Acho que já desabafei um pouquinho... não da forma como eu queria mas.. é melhor do que não ter outra opção!
Boa noite.

Tempo.


Pessoas queridas serão pessoas queridas passe o tempo que for.
O dia de hoje só me fez ver que quem é de verdade, é de verdade pra sempre.
E depois de tanto tempo longe, senti que o carinho só aumentou e perdurará para sempre.
Eis o retrato de duas pessoas que eu admiro, amo e tenho como exemplo.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pêra madurinha

"A morte é anterior a si mesma. Ela começa muito antes, é toda uma luminosa e paciente elaboração."

Saudade é coisa lazarenta. E pra piorar, de uns tempos pra cá, passou a ter gosto.
Quando lembro da morte da minha avó, felizmente não sinto repulsa ou frustação. Fui uma neta bem presente da forma que pude. Ia pra escola de manhã, almoçava ao meio dia e lá pelas duas da tarde eu saia de casa sozinha, feito um passarinho que sai da gaiola pra ver minha vó. Na maioria das vezes eu chegava e ela estava lá, naquele corredor apertado, sem azulejo ao lado de suas flores e plantas, sentada na sua cadeira velha, com uma pêra e uma faca sem ponta na mão. Ela me via, sorria mesmo sem dentaduta, estendia sua mão com pêra e dizia: "servida fia?". Eu chego a rir ainda com essa cena, que graças a Deus ainda está colorida e nítida em minha memória (algumas outras eu já não me lembro mais).
A pêra de tão madura estava amarelinha. Ela pegava a faca sem ponta, dividia em duas partes e pêra de tão madura pingava seu caldo mais doce do que aqueles sucos de cajú que a gente compra em mercado. Metade pra mim, metade pra ela. A maciez da fruta tinha motivo: minha avó não conseguia morder com força alguns alimentos. Na verdade, as unicas frutas que ela ainda saboreava eram a banana e a pêra. E a tal da pêra era tão macia, tão macia, que derretia na minha boca. E nós sorríamos juntas com os labios molhados daquele caldinho doce.
Eu sei muito bem que toda aquela doçura não vinha só da fruta, de alguma forma ou de outra a fruta sugava das mãos da minha querida velha o amor que ela me devotava. Eu, tão pequena, nem neta de sangue. Mas de coração e que coração.
Passou-se o tempo e aquele corredorzinho apertado ganhou azuleijo e uma porta, o sol não batia mais nas plantas e elas foram morrendo aos poucos, dona Lázara já não tomava seus banhos de sol ali e na fruteira não existiam mais nem bananas e nem pêras. A história deu-se por si só. Ela se foi.Foi adoçar outros cantos, conhecer frutas mais doces e comer de todas elas, até as mais durinhas. Como lembrança me deixou o amarelinho da fruta e como prova do seu amor o doce néctar que ela possuí.


Estou morrendo de saudades vó!

sábado, 21 de julho de 2012

Domingos.

Vamos ter um filho?
Vamos escolher o nome dele?
Deixa eu te alegrar quando você estiver triste.
Deixa eu te ninar quando você estiver cansada.
Vocês foder o dia inteiro... vamos fuder o dia inteiro.
Deixa eu te fazer uma massagem com creme,
Vamos aprender a tocar piano juntos.
Vamos foder o dia inteiro.... vamos fuder o dia inteiro.
Deixa eu ajoelhar e beijar sua mão,
Vamos ser tão felizes que fiquermos calmos, tão calmos
Que fiquemos fortes, tão fores que possamos ajudar todos os amigos que precisarem.
Vamos foder o dia inteiro.
Vamos aceitar tudo o que é do outro,
Vamos defender tudo o que é do outro,
Vamos amar tudo o que é do outro.
Vamos foder o dia inteiro.

terça-feira, 10 de julho de 2012

O por que de ficar nú...

Todo mundo me pergunta o por que fiquei nua numa peça de teatro em São Paulo ano passado. 
Todo mundo me pergunta qual foi a sensação.
Todo mundo me pergunta o que eu ganhei com isso. 
E quase todo mundo me chama de louca. 

Enfim.

Longe desse post ser uma justificativa aos curiosos de plantão, mas eu sei que alguns deles não perguntam por mal. Até porque não fiquei pelada sozinha. Mais uns quase 100 ou mais antropófagos dançaram nús comigo. 
E porque esse post só agora? Depois de meses? Acredito que todos nós agimos devido a algum impulso. Eu nunca tive vontade de falar sobre esse momento INCRÍVEL da minha vida aqui no blog (engraçado né). Agi devido a um impulso imagético, vindo de um colega da faculdade que postou a foto no nosso maravilhoso Zé Celso no facebook. Recordei daquele dia, surgiu um sorriso no rosto e eu tive vontade de escrever.

Final de Outubro de 2011, São Paulo, Bairro do Bexiga, Teatro Oficina, Macumba Antropófaga.
Eu tinha ido assistir o mesmo espetáculo no começo do mês e por um motivo ou outro não me juntei a galera pelada que encerrava o primeiro ato da peça. Vi tudo do segundo andar daquelas arquibancadas do teatro. Aquela imagem linda lá em baixo, com um monte de gente pelada, fazendo parte daquele grande espetáculo e aquela energia gigantesca vindo de quem partcipava do ritual, subindo as escadas, arquibancadas e indo até as pessoas impossibilitadas de chegar até o "terreiro" e a aquelas que simplismente optaram por não participar. Resumindo, voltei com uma cruz preta no meio da testa (linguagem antropófaga, rs) e uma promessa: se eu voltar, eu tiro a roupa. 

E daí que no final do mes eu voltei. Debaixo de uma chuva horrível e de um céu que predestinava o cancelamento da peça, voltei ao teatro oficina e naquele dia, tirei a roupa. É um ato muito maior do que simplismente tirar a roupa. E dificilmente alguém que não faz teatro ou que não tem essa paixão correndo pelas veias, vai entender o porque que eu (e mais alguns) ficamos nús perante uma multidão de gente dentro de um teatro. Primeiramente que a maioria das pessoas que estavam lá tinham no sangue esse fervor de que falo aqui (e se não tinham, até o final do espetáculo experimentaram um pouco,ou não). Segundo que o próprio espetáculo, em comemoração aos 50 anos do Teatro Oficina, pregava o Manifesto Antropófago de Oswald Andrade. Um dos grandes nomes da semana de 22, que se uniu com outros grandes nomes como Anita Malfatti e Mario de Andrade e juntos redescobriram o homem da modernidade brasileira. Oswald no seu intuito de redescobrir o homem, reinventar a arte, escreveu o Manifesto Antropófago, onde além de propor que nós somos bichos humanos iguais que "comemos a carne" do ser humano para absorver-mos dele sua inteligencia, disse: "O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido."

Diante dessa verdade (entendida perfeitamente por mim depois de muito estudo) , resolvi me livrar por um momento daquilo que me impedia de entrar em contato com o mundo exterior. Daquilo que me impedia de sentir aquela energia, daquele momento. Daquilo que me afastava da verdade. 
É claro, óbvio que nem todos pensavam assim. Dificilmente mais de 100 cabeças dançariam com o mesmo ideal. Mas o que importa foi o MEU porque. E como graça ou bonus dionisíaco, fui escolhida para representar Portugal em uma cena onde o Pai de Santo, o Padre, o Pastor, o cabeça da casa, Zé Celso, representou, desejou, a união entre palestinos e israelenses (e me falha a memória o nome do país o qual era proposto uma pacificação com Portugal). Ainda com roupa, senti que fui agraciada naquele momento. Seguei nas mãos daquele grande homem de teatro, dancei e desejei com ele. E a partir dali não me importava mais o tal pudor que nasce e de certa forma morre com a gente, a partir daquele momento eu era um bicho humano IGUAL a todos os outros que ali comigo estavam.
O que eu senti naqueles 30 ou mais minutos é completamente difícil de traduzir. Tento juntar as sensações do que é ser escolhida para representar um país em cena, dançar em plena macumba com Zé Celso e ainda ficar nua, integrante de um manifesto e o resultado é um sorriso no rosto. 
Estar ali, naquele teatro que fez história, que lutou por nós, teatrantes de hoje é uma sensação incrível. Fazer história com eles então, participando da gravação do DVD da peça, não tem preço. Por isso as sensações são multiplas e intraduzíveis. Eu estava me libertanto e entrando em contato com a verdade.
O que eu ganhei com isso? Sinceramente não me cabe responder aqui. Ninguém entenderia, ninguém. Apenas quem se livrou do seu pudor e entrou em contato com o "exterior" do ser humano é que sabe, é que sente. E não ligo realmente que me chamem de louca. 
Eu os entendo e por isso não os critico. 
Logicamente que todos tem a sua opinião. Vai ter gente que vai dizer que é loucura, que é jogada de marketing para vender ingresso, vai ter gente que vai dizer que é putaria. Deixe que digam, que pensem e que falem! O ser humano é um bicho questionador desde sempre. 
O que importa (para mim) são os meus motivos, os meus valores e os meus por que's e ponto. 
Só entende de verdade quem sente. 
Até quem lê, estuda, analisa, não entende de verdade o sentido do que é "a reação contra o homem vestido". Como tudo na vida, a teoria só é comprovada com a pratica. Quem teoriza demais, nada sente. 

Enfim. Acho que já me estendi demais em comentários e o restante do que vi, do que sei e do que senti, prefiro guardar comigo pro resto da minha vida. 
Desejo essa liberdade pra todo e qualquer ser humano. Desejo que em algum momento de suas vidas o ser humano possa entrar em contato com essa verdade e que perceba que todos nós somos bichos humanos, iguais!


Boa noite.
 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Pressa.

Você poderia adiantar os passos aí por mim, por favor?
Te confesso que morro de medo de dar um giro de 280º na minha vida por tua causa, mas ao mesmo tempo quero tanto. Quero tanto a gente, só a gente, longe de todo mundo.
Quero tanto a nossa química tão estudada.
Ser teu lençol,  teu abrigo, teu carinho.

Anda.
Apressa os passos, por favor.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Em paz com o mundo e comigo.

Gosto das minhas inconstâncias.
Ok, não gosto tanto assim.
Mas acho engraçado ler as postagens antigas aqui no blog e ver como eu sou uma a cada dia (por mais que algumas questões ainda permaneçam na minha mente). De uns tempos pra cá estou em um dilema comigo mesma e estou tentando me resolver. Estou tentando me resolver porque cansei de estar acomodada nessa posição e quero mudar. Eu tento dizer que não é por causa dos "outros", mas tem um pouquinho deles nesse meu conflito. E enfim. Milagres acontecem quando a gente vai a luta? Então, to indo pra minha e espero que eu traga pra minha vida a paz que eu tinha ha algum tempo atrás :)