Enem: Rede Pública x Rede Privada, quem é responsável por tais resultados?

Jornais de circulação nacional levantam dados que mostram desigualdade, fracasso e destaque nos resultados do exame.

Por Thaís Almeida

Em 2008 três jornais de circulação nacional divulgaram notícias sobre o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), cada um enfocando um tema, que mostrou desigualdade, fracasso e destacamento entre escolas públicas e privadas.
O jornal Folha de S. Paulo deu a manchete para o ranking do Enem, mas enfocou na desigualdade que existe entre as instituições, mostrando que dentre as 20 mais bem colocadas no exame, 15 são particulares (dado divulgado pelo MEC), salvo as instituições públicas de cunho profissionalizante, ligadas a universidades ou aquelas que fazem seleção para ingresso.
"Enem mostra a falência das escolas públicas nos estados". Essa foi a manchete que o jornal O Globo usou para mostrar o resultado do ENEM. O texto evidencia o fraco desempenho da rede pública de ensino e informa que de entre as mil instituições com as piores notas no último exame, 965 são estaduais, enquanto entre as mil melhores, apenas 36 são estaduais, mostrando que o setor privado domina o ranking do Exame.
Por outro lado, o jornal O Estado de S. Paulo destaca a escola pública de São José dos Campos (SP), que ficou em primeiro lugar no ranking do Enem. A notícia mostra que nem sempre estudar em escola gratuíta é sinônimo de ter fraco desempenho nos exames. O Colégio Engenheiro Juarez de Siqueira Britto Wanderley ficou a frente de tradicionais instituições particulares. A escola gratuíta mantida pela Embraer ganhou o alto da primeira página no jornal, e também uma foto dos alunos no pátio, reforçando a idéia de qualidade do ensino, numa instituição fora do circuito tradicional.
Levando em consideração essas informações, o que podemos esperar das escolas públicas no Enem 2010? Desigualdade, fracasso ou destacamento? Quem se torna responsável por tais resultados? O aluno, a escola, ou o professor? Só nos resta esperar que cada um faça bem a sua parte, e que o resultado do ENEM seja menos desigual de uma instituição para outra, provando assim a verdadeira qualidade do ensino no Brasil.

fonte: Caderno Guia do Estudante Atualidades/edição 10, pag 16 e 17.