Acredito que hoje vivi uma experiência, nunca vivida. Apenas, vista.
Experiência daquelas, que conhecia apenas de ouvir, pela boca de outros que compartilhavam os resultados, e nunca de ser sentida, por mim.
Nossos olhos dizem muita coisa, dizem por nós, independem das palavras, quando necessário. E é exatamente nessa indepedencia de olhos e palavras que quero chegar.
Eu me considerei uma boa observadora. Bom, continuo observadora, mas não me considero mais a "boa" pois deixei passar um pequeno detalhe, que por ser pequeno, acredito eu, não foi visto.
Já me apaixonei.
Me apaixonei ao ponto de querer dar a vida a esse outro alguém, que de uma maneira ou outra, eu achava que me completava. Me apaixonei ao ponto de muitas coisas, muitas loucuras, loucuras das quais até hoje, quando penso nelas, comento: não acredito que fui capaz.
Eu só me assistia por dentro, só via aquilo que o meu coração ou a emoção me mostrava. Só via aquilo que eu queria ver.
Resumindo, estéticamente, uma garota, adolecente, apaixonada. E como sabem, uma garota apaixonada não é uma garota apaixonada, sem suas palavras exageradamente mergulhadas num pote de mel, ditas como se aquela pessoa fosse seu primeiro e único amor.
"Amor da minha vida" , "Razão do meu viver" , "Tudo pra mim" são algumas das frases das mais usadas para declarar dependencia (ou então como uma forma de dizer: Ei, to comendo na sua mão, implicitamente é claro, rs) até o "amor" acabar..
Dor, tristeza, rios e rios de lágrimas, falta de credibilidade em si mesma .. tudo isso e mais um pouco acontece nesse intervalo de fim e começo. E quando menos esperamos, lá estamos nós, garotas, apaixonadas, por outro alguém, por outro "amor da minha vida".
Quem nunca se viu nessa situação, independente se é homem ou mulher, que atire a primeira pedra.
Hoje depois de tantos amores, consegui perceber que a boca fala demais, e o olhar fala pouco, mas é preciso. O que sei sobre o amor? O que você sabe sobre o amor?
Tudo o que temos são experiencias que nunca são as mesmas e que sempre mudam o nosso ponto de vista sobre esse sentimento. Tudo o que temos, é nada.
E se você pudesse estar frente a frente com quem você "ama" nesse momento? Se pudesse apenas olhar e não dizer, tocar e não dizer. Mais além: e se aquele momento fosse seu ultimo com essa pessoa?
Hoje eu pude chegar no prólogo daquilo que chamo de amor. E se algum dia você já olhou nos olhos de alguém e conseguiu enxergar nesses olhos emprestados, os olhos de quem se ama, parabéns, você sabe do que eu estou falando. Você, como eu, sabe, que todas as palavras que ali poderiam ser ditas, seriam desnecessárias e perigosas e que tudo aquilo que você precisaria, você encontraria nesse olhar. Uma palavra estragaria a sensação e a veracidade do momento.
Uma palavra.
Deixo a conclusão com vocês, caros leitores. O que seria um olhar apaixonado? Um olhar preciso ou um olhar desvio? E a palavra? Aliada ou Rival do olhar?
Não me arrisco. Como já disse, eu não sei o que é o amor, apesar de já ter "amado" tantas vezes.. a unica coisa que sei e senti hoje é que pude enxergar, uma pessoa nos olhos de outra, e que ali estava toda a minha verdade, naquele silencio estava a minha verdade, e que qualquer palavra ali, seria completamente devastadora.
Começo a acreditar na Clarice quando ela diz que, não basta mesmo entender o que se passa "lá fora" e sim o que se passa dentro de mim, dentro de nós.
Boa noite, queridos leitores.
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