domingo, 29 de maio de 2011

o quase inverno..

Sentada em em sua varanda, ela se pergunta porque ele se foi.
Sua partida tinha sido melhor pra ela, sem sombra de dúvidas, mas aquela tarde de quase inverno a deixava com saudades. Por um momento ela quase pensou que aquela tarde, fosse a mesma em que outrora ela o viu chegando em seu portão e lhe dando um belo sorriso como forma de dizer 'Olá', fechou os olhos e por um momento reviveu, aqueles minutos, horas em que pode ter ele como seu sol particular, a esquentando com seus abraços, beijos, olhares e sorriso.
Aquela unica tarde poderia encher uma vida de saudade...
Mas foi melhor assim, e ainda é melhor.


Ela preferia mil vezes continuar morrendo de saudade daquela tarde,
do que chorar de tristeza, por uma vida ao lado de alguém que ela não poderia amar..

terça-feira, 17 de maio de 2011

Não custa se doar outra vez na vida...

Eram 18h30, era sexta-feira.
Estela estava em seu quarto, parada em frente ao guarda roupa desde as 18h, pensando. Não, ela não estava indecisa com a roupa que iria usar naquela noite, mas sim, estava surpresa com o fato de se importar em estar bem arrumada pra alguém pela primeira vez em sua vida.
Estela, sempre se vestiu pra ela e pra mais ninguém, sem se importar com o que iriam dizer, sem se importar se era frio demais ou calor demais, e muito menos se aquele seu jeans estava fora de moda ou não. Era ela quem ditava as regras de seu próprio jogo.
Mas, pela primeira vez na vida, Estela se encontrava dividida entre suas regras e as regras de outro alguém. Eduardo.
Aliás, já havia um certo tempo que Estela já não pensava mais nela, havia mais alguém no centro do seu mundo, outras regras estavam entrando no seu jogo.Estela negava isso pra todo mundo, e ás vezes até pra ela mesma, mas existiam momentos em que ela não conseguia e nem podia fugir disso, momentos desolidão com ela mesma, mas, na maioria das vezes, momentos em que seus olhos se encontravam com os de Eduardo, aí ela se despia de suas máscaras.
Ainda parada em frente ao guarda-roupa, Estela descarta a intenção de usar seu bom e velho jeans. "Não custa se doar uma vez na vida" - pensou ela , mas como o tempo estava frio, teve que optar por um outro jeans, mas dessa vez não um escuro, velho e sim um claro, semi novo, que ganhou de sua mãe e que usou uma vez.
Encontrou o jeans, a blusinha e o casaco preferido. Tomou seu banho, se vestiu, se perfumou e soltou os cabelos. "Edu gosta quando eles estão soltos" - olhou no espelho e sorriu.
19h30. Faltavam trinta minutos pra que Eduardo chegasse. Estela vai até a sala, liga a tv e se acomoda no sofá. Sorri aliviada, seus pais não estão em casa e muito menos seu irmão chato, que a impedia sempre de sair nos finais de semana. A tv estava ligada, mas o que Estela assistia era um filme que passava em sua mente. Sozinha ela se recordava das coisas como eram antes e via em como elas são hoje. Sozinha lembrou dos seus amores, dos seus princípios, das suas dores e da sua cicatriz  que há muito tempo a impedia de se doar de verdade a alguém. E assim ela queria seguir, assim ela tinha que seguir. Sem voar, sem tirar os pés do chão, pra não cair. Se houvesse alguma doação, seria doação pela metade e nunca por completo, doação somente por prazer e nunca por amor, nunca por um sentimento maior, nunca por ela, num todo.
20h e alguém toca a campainha lá fora. Edu!
Estela desliga a tv, apaga as luzes e fecha a casa. Vai saindo pra fora e um sorriso aparece em seus lábios sem que ela nem tivesse chegado ao portão. Ela chega, sai pra fora e Edu  está dentro do carro. Ele nunca fez as "honrrarias" de abrir a porta do carro, sabia que Estela não gostava de coisas assim, mas naquela noite, de dentro do carro ele abriu a porta, Estela revirou os olhos, mas sorriu sem se incomodar.
Dali foram ao cinema, conversaram, trocaram uns beijos, nada muito diferente pra Estela, que já havia atuado várias vezes em cena como essa na sua vida. Apenas uma diferença ela sentia: Não queria que aquela noite terminasse.
"Não é desmerecer os outros" - pensou ela enquanto via as imagens do filme. Estela raramente se apegava. Filtrava seus sentimentos da melhor forma possível, pra algumas pessoas ela era fria, calculista ... a tarja de sexo frágil nunca foi imposta a ela por ninguém. Quando estava com alguém, estava, curtia, mas era apenas isso, aquele momento e só. Amanhã é era outro dia, amanhã ela seria outra pessoa.
O filme acabou, Estela nem sabia ao certo do que se tratava a história que ela tinha acabado de "assistir", mas uma coisa ela tinha certeza: a noite não podia acabar ali.
Saíram os dois juntos do cinema, Estela e Eduardo. O frio impedia que fossem pra um lugar aberto, como por exemplo o bar preferido da Estela, logo então surgiu a idéia: "Vamos em casa" - disse Estela, sem pensar.
Entraram no carro, ligaram o rádio e quem os visse ali, cantando e rindo sobre o filme que eles mal prestaram atenção, diria que seriam bons e velhos amigos, nunca, namorados. Talvez fosse essa "estética" que atraísse Estela pra esse relacionamento. Ou, não. Talvez fosse Eduardo.
O carro encostou na calçada, e sem delongas os dois desceram do carro e ja entraram na casa, o frio era congelante. Estela não se preocupou em abrir as janelas, e não se preocupou nem um minuto em agradar Eduardo com "cortesias" da casa. Se preocupou somente em ser ela, em se deixar presente ali e nada mais,apenas manteu as luzes apagadas e acendeu o abajur na sala.
Eduardo a conhecia, sabia dos seus jeitos, não esperava muita coisa, o que tivesse dela já estava bom. Bom até demais pra uma menina que quase nunca se entrega de verdade.
Sentaram os dois no sofá, conversaram mais sobre ele do que sobre ela, não demorou muito pra que os carinhos surgissem, que as bocas se encontrassem e que os corpos juntos se aquecessem.
Nada diferente pra Estela, por enquanto. Já tinha passado por isso várias vezes, e sem receio nenhum ela teria medo de ousar, pedir pra parar, acabar com o clima e mandar Eduardo pra casa. Ela pensou em fazer isso, apenas pensou.
Eduardo a envolvia de uma certa maneira, que seu corpo era incapaz de fugir. Na sua cabeça, memórias de um passado doloroso vieram a mente, Estela se viu chorando pela ultima pessoa a qual havia se entregado e isso e encorajava muito mais a sair dali e acabar com tudo. Pena que toda essa coragem acabava quando os olhos de Eduardo encontravam com os seus.
Eduardo olha em seus olhos com uma ternura que Estela nunca tinha visto em nenhum outro lugar, sorri e acaricia seu rosto como se aquele amasso pra ele tivesse valido a noite. No fundo dos olhos de Eduardo, Estela encherga um brilho que nunca enxergou nos olhos de nenhum outro, um brilho que puxava a Estela que estava presa por tanto tempo dentro dela mesma.
"Vou entender se você não quiser" -  disse Eduardo sem parar de sorrir
Estela calou-se, e nesse momento apenas sua mente ousou dizer alguma coisa. Ela podia muito bem sorrir e acabar com aquilo tudo, podia continuar estendendo seu passado dentro de si mesma e sendo a mesma Estela fria e calculista, que se doa por prazer e nunca por um sentimento maior. Nesse momento, Estela se lembrou do seu bom e velho e inseparável jeans. Pensou com ela "quem é essa pessoa que me fez abrir mão de quem eu realmente sou? Quem é o dono desses olhos convincentes que me fizeram desapegar do meu jeans desbotado e escuro?"
Estela? Você ouviu? Eu disse que vou entender se você não quiser... - Estela desperta de seus pensamentos e interrompe Eduardo colocando o dedo na sua boca, em sinal de silêncio e apenas diz: "Não custa se doar outra vez na vida" - sorri ao ver o sorriso e a face desentendia de Eduardo, tira seu casaco, sua blusinha, sorri outra vez e apaga o abajur da sala ...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

The Secret...

Até que ponto um segredo pode mudar nossas vidas? Até que ponto um segredo tem que ser mantido? E quando guardar o segredo pode ocasionar uma situação não tão boa?
Enfim.. até que ponto o segredo tem que ser segredo?


Todos temos segredos, isso é óbvio. Alguns não são tão secretos, outros que só nós e Deus sabemos.
Segredos confessáveis, inconfessáveis, as vezes nós mesmos somos um grande segredo. E aí?
Será que vale a pena manter um segredo por tanto tempo?
Muitas das vezes carregamos conosco um grande enigma, que de tão grande, pesa em nossa consciência. O que vale mais? Uma consciência tranquila ou um fardo pesado eterno em nossa mente?
Ja parou pra pensar que os segredos sobre nós mesmos, não nos deixa sermos que somos?
Aí entra o medo, medo de se expor, medo de dar a cara a tapa, e o comodismo em deixar que o segredo sobre nós mesmos, crie uma imagem completamente diferente do que somos.
Imagem que muitas das vezes carregamos por anos, e somente nos desarmamos dela quando estamos a sós com nós mesmos. E o que sobra? Alegria? Tristeza? Solidão?
Pois é!
Segredos são complicados, e poucos são os corajosos que tem vergonha na cara de se abrir e contar toda a verdade sobre quem realmente é.
Só que, chega uma hora que cansa, sabem? Cansa ser algo que não é, cansa esconder histórias, fatos. A maquiagem não pode durar pra sempre, e esse comodismo acaba se tornando falta de vergonha na cara.

Até que ponto o segredo coopera pro nosso bem?
Até que ponto devemos manter fidelidade a um amigo, ao prometer guardar segredo e não incentiva-lo a mudar de vida?
Até que ponto seremos AMIGOS e não SINCEROS?

Perguntas, respondidas com perguntas.
Hoje minha cabeça ficou pensando muito sobre isso. O que digo a vocês também é de grande serventia pra mim. Espero obter respostas, espero acabar com meus segredos e com os segredos que de certo modo afetam de uma forma ruim quem está do meu lado.

Boa noite.

domingo, 15 de maio de 2011

Carta aos homens

Hoje, resolvi falar a vocês, homens.
Uma dica de leve, caso vocês ainda queiram ter uma moral mais decente conosco, mulheres.

Conteúdo homens, conteúdo.
Saibam conversar, tenham o que conversar. Um assunto só enjoa muito fácil! Engane se for preciso, se passe por um cara culto, mas por favor, conteúdo!
Assuntos interessantes, ponto de vista diferente, argumentos convincentes sobre qualquer tema que for lançado a conversa.
Sabe porque preferimos na maioria das vezes aquele "feinho" , "nerd", o "joão ninguém" ? , porque ele não é só corpo, é também conteúdo.Corpo mata a fome passageira e o conteúdo nos alimenta por um bom tempo.
Se fossem mais espertos, investiriam muito mais nisso, do que em academias, rações humanas, bombas, roupas de marca, baladas tops e blablabla..
As mulheres, que prestam, as poucas que ainda existem, não estão ligadas nisso.
A simplicidade nos atrai muito mais.
Seus adornos sem efeitos são apenas mera distração.




Um cara que é realmente esperto não ficaria perdendo tempo com papinhos cliches, com assuntos repetidos, e investiria muito mais em repertório do que em "gostosura".
Um cara que sabe o que quer, e sabe do que está falando, nos conquista muito mais.




 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Boa noite..

Decidi mudar o nome do blog, e creio que este caiu como uma luva.
Ando meio ausente, mas isso não quer dizer que meu pensamento não esteja por aqui ás vezes, como eu já disse, isso aqui é escapismo pra tudo o que fica preso em mim.

Incógnita.
Não vou me definir aqui queridos leitores, até porque acredito que vocês já tenha uma idéia (ás vezes até fictísia) sobre mim e isso basta. A incógnita a que hoje me refiro significa ás minhas escolhas, aos meus sim 's e não's, ao meu livre arbítrio.
Como já disse aqui outra vez, minha vida está mudando. E essa mudança tem cobrado de mim certas escolhas, e o problema é que eu nunca soube escolher muito bem, sempre fiquei em cima do muro pra tudo na duvida, vendo pra crer, esperando algum "estopim" para que eu pudesse optar pelas minhas preferencias.
E hoje, não é diferente.
Ainda uso esse método. Ainda escolho por aquilo que está em evidência pra mim e por aquilo que eu acho que possa me satisfazer. Até me satisfaz, mas não por muito tempo.
Aí é que está o 'X' da questão. Existiria algo que me completasse, me satisfizesse por inteiro? Sim, existiria e existe. O que acontece, o que realmente me atrapalha é a minha posição diante dos fatos, na maioria, os fatos difíeis de se encarar.
Eu, todavia sempre aconselhei amigos meus amigos no sentindo de não parar ao se deparar com um obstáculo. Mas como diz o ditado: "Casa de ferreiro, o espeto é de pau" , acho que isso explica o resto, não é?
E é esse parar que me faz pensar em escolher melhor, me faz pensar se é isso mesmo que quero pra mim e se não tenho perdido tempo com algo que na verdade, não tem nada a ver comigo.

Infelizmente meus queridos leitores, não tenho a respostas para as minhas perguntas agora, pois elas ainda estão sendo formuladas e ainda cutucam a minha mente, incansavelmente. Só vim até aqui para expor isso a vocês, compartilhar, pra ver se alivia.
Infelizmente, muitos fatores tem me feito parar pra pensar. Muitos! É uma coisinha aqui, outra coisinha ali, e "BUM" explosão.
É como diz cazuza:  Eu queria ter uma bomba, um flit paralisante qualquer, pra poder me livrar do prático efeito, das tuas frases feitas, das tuas noites perfeitas...

Meu limite, jajá chega e nem eu, que sou eu mesma, não quero estar perto pra quando isso explodir.
Até eu me desejo sorte!
Hoje, foi um dia daqueles que me sobram assuntos pra compartilhar aqui. Mas dentre eles, escolhi apenas esse... porque? Boa pergunta..
A médio prazo, eu só espero que tudo fique melhor, que me coração e mente se acalmem e que eu possa me responder... sem pressa, mas precisamente.

Um beijo e boa noite leitores.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Vulcão.

Acho que ja é a segunda vez que eu faço o protocolo da aula de Consiencia Corporal aqui, no blog.
Não é por falta de vontade, mas deixo pro blog, as melhores experiencias e hoje, não vai ser diferente.


Assustei hoje em como começamos a aula. Sem aquecimento, sem a roda dos protocolos, e um aviso acionou o botão "liga" do meu vulcão pessoal : Hoje leremos os relatórios após o intervalo, e eu vou falar das notas - disse o professor.
Uma dinâmica diferente e completamente difícil, ao meu ver. Mais estratégia, mais coisas pra se pensar, mesmo com a cabeça fervilhando em outras paragens. Infelizmente, comi demais antes de ir pra aula, e considero essa hipótese sim, porque muitas das vezes parei por enjoo, mas vou confessar que o motivo maior da minha então falta de entrega total nessa dinâmica, foi porque minha cabeça, me cobrava.
Continuei. Tentei ser mais presente, mas alguma coisa me prendia ali sentada, e eu juro pra vocês que eu ainda não sei o que é.
O jogo, por mais difícil que seja, me atraiu muito. Por mais que eu estivesse nesse estado, a vontade era de não parar de jogar, era excitante estar ali correndo, trocando de lugar. A excitação aumentou ainda mais, quando dois grupos foram pro campo. Ali, naquele momento, precisamos perceber quando nosso amigo precisava de nós, e isso teve muito significado pra mim.
O professor persistiu por algum tempo na dinâmica, até a sala virar cenário da cena de amor de Jack e Rose dentro de um carro no filme "Titanic", e quando menos esperei , ele encerrou, e ja era intervalo.

PAUSA PARA O VULCÃO, QUASE EM ERUPÇÃO.


Voltamos do intervalo, e assim, sem nenhum comando nos ajeitamos no chão, o momento "tenso" tinha chegado. A água com açucar foi a musica ambiente, mais uma vez na voz de Cássia Eller. Mas eu não estava precisando de água com açuçar pra relaxar e sim de uma boa pinga. Brincadeira!
O professor começou a falar sobre faltas, entregas de protocolos e por dentro eu fervia. Aí então, começou a falar das notas, um por um. E pra minha felicidade ou infelicidade, era uma das ultimas, SE não for a ultima né. O relógio foi andando, o professor falando, e muita coisa que precisava ser dita, apareceu naquele momento.
Depois de um eterno momento, chegou a minha vez. Não vou mencionar aqui o que foi dito, pois vocês, meus amigos de sala, já sabem. Apenas vou dizer como encarei o fato.
No meu sub consciente, foi como se o professor tivesse tirado de algum lugar um espelho, colocado na minha frente e mostrado pra mim algo que eu sei que tenho, mas ao mesmo tempo não admito, não vejo o quanto isso me prejudica. Aí o bicho pegou!

Hoje, ao sair da aula, decidi olhar mais pra mim mesma e saber aceitar e compreender os fatos.
Ninguém me falou que seria fácil, mas eu sei que querer é poder, e eu quero.
Sei que não vai ser fácil fazer com que esse vulcão pare de funcionar, pois tudo, exatamente TUDO está acontecendo na minha vida agora, e é agora que eu vou ter que saber me virar e desativar tanta inflamação dentro de mim.
Poderia abrir um leque de questões aqui, sobre esse vulcão quase em erupção, mas prefiro deixar como está. Eu sei que tudo vai acontecer no momento certo, e eu sei que esse é o primeiro passo do meu melhor: reconhecer, aceitar e mudar.

Obrigada pela aula Caresia, sem desmerecer nossos outros mestres, mas sem duvida nenhuma sua aula tem tido grande influencia nessa minha construção, e na construção de um outro, que está por vir.
Obrigada meus companheiros de sala, o que tenho apenas pra dizer é : AMO VOCÊS!