" A gente parece formiga, lá em cima do avião..."
Como nossa vida de uma hora pra outra se torna significante quando passa diante dos nossos olhos numa linha tênue não é? É ali, nos 45 minutos do segundo tempo, sem os acréscimos que a gente diz "porra, vão sentir minha falta". Até porque o ser humano (por mais que negue) vive pra isso né minha gente, pra ser notado. Até o mais antisocial, possuído de suas armaduras no fundo, usa delas para que o notem.
E taí, de um jeito torto percebi minha significância. Significância essa que não é lá tão grande (ainda não dei minha grande contribuição ao teatro, não escrevi textos geniais, ou músicas que ficarão para a história) mas estou em pequenas partes em vidas espalhadas por aí.
Eu sei que você não deve estar entendendo nada e acredito que nem precisa entender, mas a vida anda me permitindo passar por certas situações para que eu compreenda certas coisas que ainda são incompreensíveis. De um modo grosseiro, assustador, digamos assim, mas talvez pela minha teimosia, esse tenha sido o unico jeito que a vida tenha conseguido chamar a minha atenção: pela dor.
Há um tempo atrás eu sempre pensei que a morte colocaria um fim rápido e indolor nas coisas as quais eu não conseguiria resolver. E ainda acho. Desejei com todas as minhas forças que ela viesse logo pra que certos episódios não se repetissem mais. Mas agora, que a sinto perto, ou que a senti perto, não sei se a desejo tanto assim. Nem é pela minha espectativa de vida sabe? Pouco me importa as coisas pelas quais ainda não passei, não vivenciei, tudo isso fica mesmo. Mas é por esse pouco de mim que existe dentro de algumas pessoas e por elas que ainda quero respirar e viver nessa Terra com dias contados. "Poxa Thaís, logo pelas pessoas que são tão inconstantes?". Sim, por elas. As pessoas da minha vida, por mais inconstantes que sejam, por mais que de lá pra cá mais tenham arrancado de mim um suspiro de decepção do que de alegria, me motivam. Gosto delas, e gosto muito. Gosto tanto a ponto de pensar: "Cara, se eu morrer quem vai amar fulano(a) de tal dessa forma?, quem fará isso por ele(a)?". Já disse, você não precisa entender.
Hoje, antes de dormir, pensei num Epitáfio. Ou melhor, pensei na hipótese de "E se eu tivesse tempo de agradecer e me despedir, que palavras usaria?" Foi aí então que quase cheguei a conclusão de que quero permanecer aqui. Tenho histórias pra terminar e amor pra demonstrar.
Mas de qualquer maneira, sigo tranquila. Ou melhor, quase tranquila.
Eu quero viver cada dia o último, demonstrar amor como se o amanhã não existisse, pois assim como as pessoas, os dias também são inconstantes, incertos e cheios de poréns...
Linha tênue entre a insignificancia e a significancia.
Boa noite!
Nenhum comentário:
Postar um comentário