terça-feira, 24 de abril de 2012

Talvez a gente saiba que males nos apodrecem.
A gente só não admite isso porque o mesmo mal que nos apodrece nos vicia e é difícil largar.
Mas é preciso.
Não dá pra continuar convivendo com o que não nos faz bem. A gente tem que pensar que o que nos liga a isso é apenas o vício e nada mais. Nenhuma relação sentimental entre nós e o objeto vicioso, se ao menos isso existisse, dava pra dar um jeito.

E o mesmo objeto que nos apodrece, nos alimenta. E quando eu digo alimenta, incluo tudo. Amor, alegria. ódio, raiva, desejo, sorriso, tristeza, inveja, ciúme, decepção, amizade, confiança... tudo!
Uns meses atrás aí quebrei a cara com uma das pessoas que eu mais considerava na vida, daquelas que você pensa e diz: por essa pessoa coloco a mão no fogo e confio de olhos fechados.
O que acontece é que, quando eu estava de olhos fechados o que eu não acreditava que fosse possível acontecer, aconteceu e eu queimei a minha mão. Foi difícil, dificílimo! Ainda mais porque na mesma jogada estava envolvida uma pessoa que eu estava começando a gostar do jeito certo, ou seja a me apegar num nível maior. Eu, a pessoa que eu confiava de olhos fechados e o alvo do meu querer. Ia dar merda, só podia.
E deu. Perdi ambas as pessoas.
Perdi não, optei por não as querer mais na minha vida. Eu até tentei mante-las, tentei passar um corretivo naquilo ali pra ver se as coisas andavam, mas pelo contrário, ficaram no mesmo lugar. E pra eu não apodrecer mais o que já estava podre, resolvi cortar a raiz. É, cortei a raiz pra que não houvesse mais a possibilidade dos fatos se repetirem. Até porque quem sofreu mais nessa história fui eu, porque do outro lado eu só vi gente sambando na minha caveira.

Acontece que, depois desse episódio acaba se tornando difícil pra mim confiar em alguém de olhos completamente fechados, outra vez. O menor sinal de fumaça já me avisa que tem fogo. Isso lá tem seu lado bom e seu lado ruim, porque nem sempre os indícios são verdadeiros. Mas, e se eu estiver de olhos fechados outra vez? Se eu estiver de olhos fechados alguma coisa pode sim estar acontecendo nesse intervalo.
Eu digo que confio nas pessoas, mas tenho medo das mesmas me decepcionarem. Até as mesmas que acompanharam o episódio que narrei no parágrafo acima, até as mesmas que me deram forças, nutrem em mim a minha insegurança. Até porque elas não mostram o contrário, suas ações nunca me levam a crer que posso novamente voltar a fechar os olhos, que quando abri-los, elas estarão ali, do meu lado.
'Mas Thaís, nem sempre a sua forma de demonstrar confiança, é a forma com que os outros demonstram' - É, eu sei. Eu sei que ninguém é igual a ninguém e que minhas atitudes e demonstrações de confiança e afeto são diferentes da das outras pessoas. Mas pô, eu não sinto nem uma ponta de conforto.
A qualquer momento eu acho que aquela pessoa, vai fazer a mesma coisa que aquela outra fez e eu vou me ferrar outra vez.
Sei lá, a sensação é essa. De que a qualquer momento eu possa ser enganada outra vez por pessoas que eu gosto e confio, e pior do que ser enganada, ser roubada. Porque da primeira vez, além da pessoa me enganar, ela também levou de mim alguém que eu gostava, que eu me importava e eu me vi de mãos vazias.

Se eu ainda tiver créditos com Deus, peço: "Que eu volte a confiar nas pessoas, e que eu ainda consiga ver bondade em suas atitudes que me cheiram enganação e roubo".

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